- Área: 250 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:César Béjar, Pakal Egger and Tonatiuh Egger
Descrição enviada pela equipe de projeto. O templo de Luum faz parte de um complexo residencial que é chamado Luum Zama, localizado em Tulum, México. A crescente popularidade de Tulum atraiu uma infinidade de investidores que, em sua busca para construir tantas áreas vendáveis quanto possível, representam uma ameaça para a floresta existente, construindo, em vários casos, cotas além do permitido por lei. Em resposta a essa situação, nasceu o Luum Zamá, um empreendimento que não só preserva 50% de sua área de 8 hectares de vegetação nativa, como também implementa um programa de reflorestamento com plantas endêmicas da região. O plano geral de desenvolvimento foi criado simultaneamente pela mesma equipe do Co-Lab Design Office, que busca aumentar a conscientização sobre questões importantes, como conservação e proteção de recursos naturais.
O templo Luum está localizado no coração do complexo, rodeado pela selva nativa que só pode ser alcançado a pé, oferecendo um ambiente natural pacífico perfeito para reflexão e contemplação. A luz filtrada pela vegetação projeta no templo um jogo de luzes e sombras que se movem com a suave brisa do vento. O quiosque, aberto em todos os cinco lados, funciona como palco para uma ampla variedade de programas que incluem ioga, meditação, oficinas e reuniões comunitárias.
Inspirado no trabalho de Felix Candela, o projeto consiste em uma estrutura composta por cinco hipérboles de bambu. As abóbodas compensam umas às outras, coexistindo em equilíbrio e interdependência estrutural, uma metáfora que nos invoca como sociedade para os benefícios do trabalho colaborativo. Conectados por seções planas de bambu dobradas, parafusadas e amarradas juntas, os elementos individuais trabalham juntos como uma única peça.
O projeto foi realizado com o uso de software paramétrico do estúdio de arquitetura Co-lab Design Office que, em muito boa comunicação com os construtores e a equipe de engenharia, foi capaz de fornecer os elementos necessários para uma execução precisa e controlada da rede complexa de nervuras e pontos de conexão.
Uma vez que os arcos foram levantados, um padrão triangular foi criado seguido por duas camadas de tecido estrutural de bambu, contínuas e entrelaçadas em direções opostas para fornecer estabilidade estrutural. A cobertura é composta do lado de fora por uma camada de Zacate (palha) típica da região que a protege da chuva e permite que ela respire no clima tropical úmido.
O bambu é um material líder na construção sustentável, dadas as suas características, uma vez que tem um rápido crescimento e ciclo de colheita. Sua eficiência estrutural e flexibilidade fazem dele um material com grande potencial. Para o caso específico do Templo Luum, procurou-se o uso de bambu colhido de forma sustentável no estado vizinho de Chiapas.
O templo procura ser um exemplo de empreendimento sustentável pelo seu design baseado em materiais orgânicos sustentáveis, engenharia sofisticada e construção artesanal. O projeto cuidadosamente tece o programa arquitetônico com a beleza do terreno para criar um espaço único, tanto icônico quanto contextual, dedicado à comunidade. É o resultado de um processo verdadeiramente colaborativo entre arquitetos, engenheiros, construtores e proprietários. Acreditamos que a combinação de tecnologia, design moderno e métodos de construção artesanal podem ter um impacto positivo na revitalização de algumas técnicas e conhecimentos vernaculares que correm o risco de desaparecer.
Através de seu desenho, o plano geral de Luum e seu icônico Templo promovem uma relação mais franca entre o mundo construído e o mundo natural, tecendo formas mais sustentáveis de construção. Isto é particularmente crucial em destinos turísticos menos desenvolvidos, onde as regulamentações locais são geralmente insuficientes, permitindo a construção sem os devidos estudos de impacto ambiental e sem projetos que respeitem e preservem os recursos naturais existentes.
Esperançosamente, o icônico templo Luum e seu plano geral podem ter um impacto positivo na área e ajudar a impulsionar formas mais sustentáveis de construção em ecossistemas delicados como Tulum.